quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Investir no templo ou nos membros?



                                                                              By Estrangeira


“Todos os que creram estavam juntos, e tinham tudo em comum” – At 2.44
“Da multidão dos que creram era um o coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das cousas que possuía; tudo, porém, lhes era comum” – At 4.3

“Não sabeis que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá, porque o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado” – 1 Co 3.16-17

É com tristeza que vemos muitas igrejas suntuosas, mas com membros passando necessidade. Os bancos são acolchoados, há ar-condicionado e conforto, há planos para a ampliação do prédio e para a construção de outras filiais, mas não há provisão para os necessitados da própria comunidade.

Na Igreja primitiva não era assim. Naquela época, não havia espaço para a construção de templos cristãos, até porque esta era uma religião perseguida pelo Estado. Os cristãos primitivos se reuniam nas casas, às vezes em cavernas. Foi numa casa que o Espírito Santo desceu como línguas de fogo sobre os apóstolos, no dia do Pentecostes. Foi na casa de Priscila e Áquila, em Roma, que muitos se converteram. Porém, a Bíblia relata que entre os cristãos não havia necessitados, já que quem tinha posses supria quem não tinha. Há até o caso de Ananias e Safira, que tentaram esconder dos apóstolos o valor da venda de uma propriedade e acabaram mortos. Eles tinham tudo em comum.

Não estou, com isso, tentando pregar alguma forma de socialismo. Quero, sim, fazer pensar sobre como a Igreja atual usa os recursos financeiros. Eles devem ser investidos no templo ou nos membros?

Em Ml 3.10, o versículo preferido por 8 em cada 10 pastores para a ministração da oferta (estatística nossa), diz-se que todos os dízimos devem ser levados à casa do tesouro, que muitos entendem como o templo, o prédio onde se realizam os cultos. Porém, essa visão de templo-prédio é uma visão do Antigo Testamento, já que no Novo Testamento Jesus se afirma como templo, e após o Pentecostes os apóstolos também podem ser assim considerados, já que receberam o Espírito Santo. Em outros livros, como Romanos 8.9 e 2 Co 6.16, Paulo afirma que somos templo do Espírito Santo. Ora, se no AT o Espírito Santo enchia o prédio, no NT Ele passa a encher o crente, sendo o prédio apenas um local para reuniões. Isso entendido, então por que nós, como Igreja, nos preocupamos apenas com a manutenção de prédios “vazios”, enquanto os “templos” cheios do Espírito Santo muitas vezes vivem à míngua?

A verdade é que só aceitamos da Palavra aquilo que nos é conveniente. É muito interessante que os recursos recebidos sejam investidos na ampliação e aumento do conforto dos prédios, pois isso denota um “crescimento” da denominação, e consequentemente da importância do líder local, com a desculpa de que aumentam as almas salvas. Uma igreja com 50 membros é quase um nada: o bom é ter igrejas acima de 1.000 membros, isso sim é sinal de sucesso e bênção de Deus! Mas para chegar nesses 1.000 membros não podemos esperar que o Espírito Santo acrescente as vidas a serem salvas, temos que buscar novos métodos, mas isso é assunto para outro tópico.

Que bom, temos 1.000 membros, o líder tem aumento de salário (pois aumenta a arrecadação), a igreja pode ficar maior e mais bonita, e quando nada mais pode ser feito investe-se em outras igrejas, que terão seus 1.000 membros também. O engraçado é que dizem que o Brasil será do Senhor Jesus, cresce o número de evangélicos a cada ano, mas a sociedade não muda!!! Não diminuem os índices de violência, analfabetismo, miséria. Do lado da rua dos evangélicos aqui em São Paulo, do lado da sede de uma das maiores igrejas pentecostais, está a baixada do Glicério, antro de drogas e de miséria. Jesus prometia vida em abundância, mas cadê essa vida?

A Igreja atual precisa entender que hoje os “templos” são outros. Não adianta ter um banco acolchoado, se o irmão que senta nele não tem o que comer em sua casa. De nada vale ar-condicionado, se a irmã está sofrendo porque chegou-lhe uma ordem de despejo. Deus faz milagre, provê? Sim, mas Ele espera nos usar como instrumentos, nos usar para sermos bênção na vida dos outros. Infelizmente, a maioria das igrejas não é bênção para ninguém, pois na hora da necessidade sabe apenas dizer: “vou orar por você”.

Levar os dízimos e ofertas à casa do tesouro, nesse tempo, significa também ter discernimento para poder olhar para o lado não apenas para repetir para o irmão a frase que o pastor falou, mas também para despertar em nós um interesse pela vida do nosso próximo e ajudá-lo na medida do possível. Os líderes deveriam se preocupar menos com a arquitetura do prédio e mais com os membros, pois pastor tem cheiro de ovelha, não de cal ou de cimento. A comunidade cristã deveria ser conhecida pelo amor que têm uns pelos outros, não pela relevância do nome da denominação ou do líder local.

Jesus destruiu o templo e em 3 dias o reconstruiu. Nós, como Igreja, estamos destruindo templos todos os dias, que poderão não ser reconstruídos devido à mágoa com aqueles que não tiveram sensibilidade para expressar o amor cristão da forma mais eficaz: na prática.

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"Como pode" tanto investimento egocêntrico, presunção, megalomâniacos embevecidos pelo poder ao ponto de usarem os incautos em projetos seus, usando o nome de Deus, assim como os mercenários do templo em Jerusalém, onde Cristo com seu látego os expulsa deixando-nos exemplo do que de fato é SERVIÇO a Deus.
                                                             Miranda


A IGREJA, OS HOMOSSEXUAIS E A HOMOFOBIA


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Tem muita gente me escrevendo acerca das leis pró-gays e das que pretendem ser anti-gays. Pedem que me manifeste. Eu leio cansado. E escrevo desescrevendo. É coisa pra escrever no chão, na areia, conforme Jesus fez em João 8, no episodio da pobre adúltera, vitima dos santarados.

Mas vamos lá!

TODO SER FIXADO NUM ÚNICO TEMA, REVELA A PULSÃO QUE O HABITA, AINDA QUE O DISCURSO DE TAL PESSOA SEJA DE NEGAÇÃO. EM TAL CASO, ATRÁS [LITERALMENTE] HÁ UM TRAUMA!

O que eu penso SOBRE as tais leis — pró ou contra?
Ora, primeiro a questão é o que eu pergunto acerca delas.
Alguém pode imaginar Jesus mobilizando o povo para uma campanha anti-gay ou pró-gay?
Alguém consegue ver Jesus estimulando os apóstolos a se tornarem militantes em favor ou contra qualquer das duas causas?
Alguém viu Jesus curando um gay sequer nos evangelhos, ou porventura [azar] não havia gays entre os que o viam ou seguiam nas estradas?

Alguém acha que o título que os pitbuls do templo e da religião deram a Ele [chamando-o acusativamente de amigo de pecadores] excluía Seu acolhimento a pecadores sexuais homens — fossem eles heterossexuais, homossexuais, ou simpatizantes, como era comum num mundo dominado pelos pervertidos romanos?
Alguém consegue ver Jesus agredindo um gay com palavras ou sugerindo leis que os coibissem?
Alguém já ouviu dizer que Jesus tenha sido áspero com gay ou pecadores?

Alguém viu Jesus ser duro e implacável com algum grupo nos evangelhos além do dos religiosos hipócritas?
Alguém crê de coração que Jesus caminharia à frente de marchas em favor ou contra qualquer coisa?
Alguém pode ver Jesus mandando discípulos ao Parlamento Judaico (Sinédrio) a fim de fazerem Lobby contra ou a favor de tais temas?
Alguém pode imaginar que ouvindo Jesus entre a multidão não houvesse gente envolvida em todo tipo de transgressão abominável conforme o livro do Levitico?
Alguém soube de qualquer fala Levítica de Jesus contra os pecadores?

Alguém também porventura ouviu Jesus dizer qualquer coisa além de arrependei-vos, convertei-vos e crede no Evangelho? Ou teria Ele dito algo acerca de algum grupo especifico além dos ricos e dos religiosos?
Alguém viu Jesus se ocupar de qualquer coisa que não fossem aquelas que matam a alma, como ódio, mentira, falsidade, hipocrisia, fanfarrice, manipulação da fé, riquezas idolatradas, soberba e juízos perversos?
Alguém pode imaginar que Jesus não conhecesse [como homem] tudo acerca de eunucos de nascimento (efeminados; não apenas com atrofia do membro sexual); dos que os homens haviam feito eunucos (castrando-os e impondo-lhes tanto o cuidados dos haréns como também o próprio uso sexual deles); e de homens que não haviam nascido com qualquer disfunção sexual e que também não tinham sido “vitimados” pelos caprichos dos poderosos ou tarados, mas que haviam abdicado do sexo em razão da dedicação total ao Evangelho e sua pregação do reino de Deus?

Alguém pode dizer por que se Ele sabia tanto do tema “eunucos” [com todas as implicações acima mencionadas], não o usou e nem o expandiu, senão com misericórdia dos dois primeiros grupos [os nascidos e os feitos pelos homens] e com um elogio à grandeza e dedicação do último eunuco — o que abdicou de sexo pelo reino?

Alguém que diz que crê que o Evangelho é Palavra de Deus e a completação histórica de tudo o que antes se dissera nas Escrituras Antigas [e que em Cristo Jesus ficaram obsoletas; posto que Jesus é a plenitude de todo desejo de Deus e de todo modo de Deus ser para os homens] — e, assim mesmo, conseguir tal pessoa esquecer que Jesus não deu atenção a nada disso e que, portanto, tentar absolutizar tais temas é um estelionato contra o modo e o espírito de Jesus segundo os evangelhos?
Assim, estou fora disso, tanto para defender como para atacar; pois, a Boa Nova não passa nem na porta dos temas dos pecadores-fariseus-perversos e nem na dos pecadores legalistas e judiciosos.

A esses e às suas brigas de defuntos, Jesus diria o que disse quando o tema era ainda muito mais importante: “Deixa aos mortos sepultarem os seus próprios mortos; quanto a ti, vai e prega o reino de Deus”.
Quem quiser fazer diferente que o faça (contra ou a favor), mas tenha a macheza [seja ela homofóbica ou heterofóbica] de pelo menos fazer isso em nome de suas idéias e morais, mas nunca em nome de Jesus; pois, é tomar o nome de Deus em vão; é ideologizar o Evangelho para uma causa que Jesus nem defendeu e nem atacou; e é trazer Jesus para a discussão do pinto e do anus, o que só é concebível em gente sem cetro e sem coroa no sentir, no pensar, no discernir, e na segurança pessoal.

Fonte: www.caiofabio.net

Penso que nossa preocupação deve ser de fato com a preocupação de JESUS, anunciemos o REINO, denunciemos o PECADO e como ELE sempre fez AMEMOS os pecadores e LUTEMOS com os que estão dispostos a SEGUIR A JESUS....                 Miranda



segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A tendência filosófica evangélica de igrejar os desigrejados



Um fenômeno hoje que revela claramente o quão longe fomos arrastados do evangelho genuinamente bíblico é o movimento crescente do cristianismo ao gosto do consumidor. E infelizmente as igrejas históricas estão também incluídas nessa tendência evangélica.

São igrejas e líderes com interesses próprios que se esforçam em amenizar a verdade do evangelho e até mesmo excluir textos da Bíblia que tem assuntos que as pessoas não estão dispostas a ouvirem.

Aliás, nossa geração está cauterizada com a idéia de que a verdade é subjetiva e de que cada um tem a sua própria verdade. Cada um tem a sua própria experiência. Cada um decide o que é bom. Cada um escolhe o que mais lhe agrada e ninguém pode interferir nessa escolha. Vivemos num mundo plural, com muitas idéias, conceitos e valores.

E dentro desse contexto da época está a igreja e muitos evangélicos têm defendido o pensamento de envolver o povo numa atmosfera que não seja o cristianismo radical. Não importa o que a Bíblia diz! O mais interessante, insistem em dizer, é que as pessoas estão se achegando para o nosso meio em busca de um anestésico para as suas dificuldades financeiras, emocionais, físicos e espirituais. Uma filosofia de “igrejar os desigrejados” e que tem deixado a igreja num terrível silêncio e numa profunda pobreza doutrinária.

Com isso, hoje muitos líderes, e até mesmo de igrejas históricas, têm colocado a relevância acima da verdade bíblica. Congregações que tem sido engodada pela isca da pós-modernidade tão relativista e pragmática oferecendo um tipo de evangelho adaptado e ambíguo para que os sem-igrejas possam consumir.

No entanto, creio que é na Bíblia que encontramos os fundamentos e princípios da natureza da comunidade cristã. Continuo acreditando que as Escrituras, e não os métodos humanos, são a única regra de fé e prática para que a igreja cresça de maneira saudável.

Mesmo que os conceitos, valores e costumes tende a passar por sérias transformações, a essência da mensagem cristã não pode mudar. Somos chamados por Deus para sermos fiéis de uma herança teológica grandiosa e gloriosa e precisamos urgentemente com firmeza e amor declarar essas verdades de Deus evitando erros.

Isto posto, que a igreja do Senhor não se venda tornando os fundamentos e princípios tão caros do Cristianismo histórico mais atraentes e/ou agradáveis aos homens para incluí-los ao rol das suas congregações.

Que nos guardemos da onda do “bungee-jumping” teológico que somente entretém a multidão, nada mais do que isso!

Marcos Sampaio Publicado por Marcos Sampaio

sábado, 8 de outubro de 2011

Pergunto porque me angustio

Pensando em escrever algo sobre a minha constante angustia diante da postura daqueles que se dizem pregadores do evangelho de Jesus, infelismente não é verdade eles (com exceções) estão preocupados com seus gordos ventres, com suas contas bancarias e como já faziam no templo de Jerusalém, roubando o povo em nome de Deus. lendo este texto do gondim resolvi publicá-lo aqui, é mesmo assim que penso.
Minha oração é que Deus desperte o senso crítico em seu povo e desperte também o desejo de cumprir o EVANGELHO à partir de nós sem que tenhamos que cegamente obedecer os evangelicais-idolos-lideres...
Miranda
A fé cristã não deveria promover simplicidade e desprezar qualquer pompa?

Os crentes não teriam obrigação de chorar a morte dos chacinados em becos desertos com as mesmas lágrimas que vertem quando morrem pessoas famosas?

Não precisaria haver uma comoção maior pelo assassinato de cem mil iraquianos, meros efeitos colaterais de uma guerra mentirosa, do que preocupação pelos ricos que viram suas casas pegar fogo?

Secaram-se as lágrimas para os haitianos que vivem como ratos entre monturos?

Por que não se escutam lamentos pelo holocausto de milhões de meninas e meninos africanos que agonizam com Aids?

Não deveria haver um dia para protestar contra o abandono de brasileiros idosos que mendigam o pão diário antes de partirem desta vida?

Por que as bandeiras dos paços públicos não ficam hasteadas a meio pau pelo homicídio negligente e silencioso nos corredores dos hospitais públicos?

Se as igrejas anunciam um Deus que odeia a balança enganosa, por que tratam alguns valendo mais do que outros?

Onde estão os líderes cristãos que desejam mais parecerem executivos bem sucedidos do que discípulos de Jesus de Nazaré?

Não seria obrigação da igreja fugir da ostentação; evitar o luxo das vestimentas clericais e a suntuosidade de suas catedrais?

O culto a Deus precisa virar espetáculo?

Os piedosos crentes que temem o avanço homossexual não deveriam também denunciar a complacência material ou o desprezo ambiental?

Vale a lógica de que os fins justificam os meios, quando esses fins forem divinos?

Soli Deo Gloria.

Ricardo Gondim.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Autonomia


Entendemos uma luta pela transformação social, que realizamos desde a auto-organização como setores explorados. A evolução tecnológica dos meios de produção acarretou urna reestruturação do sistema capitalista. Faz-se necessária uma redefinição do conceito de classe social. O trabalhador não é mais o operário de fábrica, característico do século XIX e começos do século XX, nem, tampouco, o operário qualificado ou o operário-massa das grandes indústrias que se desenvolveram até os anos 60. Atualmente, o conceito de classe operária, além de incluir os já tradicionalmente considerados trabalhadores, abrange também os desempregados, os trabalhadores eventuais e os da economia submersa, os trabalhadores imigrantes, os terceirizados e todos aqueles que, mesmo não tendo um vínculo jurídico de dependência com o capitalista, produzem mais-valia.

A organização que tem como finalidade a transformação social deve adequar-se às novas realidades, levando em conta que as velhas organizações dos trabalhadores não mais atendem às expectativas de luta do operário social (denominação da nova definição do proletariado). Uma organização revolucionária tem de considerar, a todo momento, qual é a realidade social em que atua, analisar a estrutura de classes vigente e designar o sujeito da transformação social. Se isto não acontece, a teoria se afasta da prática social, alienando-nos da realidade e nos impedindo de transformá-la.

Organização: Queremos uma autêntica ruptura com o sistema capitalista, lutamos por uma sociedade sem classes, sem hierarquias, que tenha abolido a família patriarcal, por uma convivência livre e respeitosa com a natureza. Para ajustar-se aos objetivos apontados, nossa organização deve ser assembleária, na qual sejam respeitadas todas as posições e se busque o consenso possível. Somos contra os profissionais da política, os líderes, os aspirantes a ditadores do proletariado e outros infalíveis coveiros da revolução social. Combatemos as delegações permanentes, a burocracia e todos os demais mecanismos de representação/alienação do protagonismo dos trabalhadores. O fato de pagar urna quantia periodicamente não é suficiente para o compromisso orgânico, isto é, militante. É preciso assumir responsabilidades. Ser autônomo é ser ativo.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Adeus Europa / Miséria


A miséria que hoje afeta o mundo é fruto da ganância dos capitalistas e da superexploração, quanto mais riquezas acumuladas misérias na mesma proporção, até a produção de alimentos estão nas mão das agroindustrias que impõe as regras e transforma alimentos em fontes de lucros gerando a fome.
Até quando vamos levando porrada? Até quando vamos ficar sem fazer nada! Apesar que a classe trabalhadora (explorados) no mundo se movimentam, quem sabe este movimento também nos comova!!! O A IGREJA que deveria se preocupar com a questão e defender os oprimidos tornou-se um dos braços do capitalismo,que é pior!                                                                        Miranda

O mundo virou de cabeça pra baixo. Europa e EUA, juntos, não haverão de crescer, em 2012, mais de 1,9%

Lembram-se da Europa resplandecente dos últimos 20 anos, do luxo das avenidas do Champs-Élysées, em Paris, ou da Knightsbridge, em Londres? Lembram-se do consumismo exagerado, dos eventos da moda em Milão, das feiras de Barcelona e da sofisticação dos carros alemães?

Tudo isso continua lá, mas já não é a mesma coisa. As cidades europeias são, hoje, caldeirões de etnias. A miséria empurrou milhões de africanos para o velho continente em busca de sobrevivência; o Muro de Berlim, ao cair, abriu caminho para os jovens do Leste europeu buscarem, no Oeste, melhores oportunidades de trabalho; as crises no Oriente Médio favorecem hordas de novos imigrantes.

A crise do capitalismo, iniciada em 2008, atinge fundo a Europa Ocidental. Irlanda, Portugal e Grécia, países desenvolvidos em plena fase de subdesenvolvimento, estendem seus pires aos bancos estrangeiros e se abrigam sob o implacável guarda-chuva do FMI.

O trem descarrilou. A locomotiva – os EUA – emperrou, não consegue retomar sua produtividade e atola-se no crescimento do desemprego. Os vagões europeus, como a Itália, tombam sob o peso de dívidas astronômicas. A festa acabou.

Previa-se que a economia global cresceria, nos próximos dois anos, de 4,3% a 4,5%. Agora o FMI adverte: preparem-se, apertem os cintos, pois não passará de 4%. Saudades de 2010, quando cresceu 5,1%.

O mundo virou de cabeça pra baixo. Europa e EUA, juntos, não haverão de crescer, em 2012, mais de 1,9%. Já os países emergentes deverão avançar de 6,1% a 6,4%. Mas não será um crescimento homogêneo. A China, para inveja do resto do mundo, deverá avançar 9,5%. O Brasil, 3,8%.

Embora o FMI evite falar em recessão, já não teme admitir estagnação. O que significa proliferação do desemprego e de todos os efeitos nefastos que ele gera. Há hoje, nos 27 países da União Europeia, 22,7 milhões de desempregados. Os EUA deverão crescer apenas 1% e, em 2012, 0,9%. Muitos brasileiros, que foram para lá em busca de vida melhor, estão de volta.

Frente à crise de um sistema econômico que aprendeu a acumular dinheiro mas não a produzir justiça, o FMI, que padece de crônica falta de imaginação, tira da cartola a receita de sempre: ajuste fiscal, o que significa cortar gastos do governo, aumentar impostos, reduzir o crédito etc. Nada de subsídios, de aumentos de salários, de investimentos que não sejam estritamente necessários.

Resultado: o capital volátil, a montanha de dinheiro que circula pelo planeta em busca de multiplicação especulativa, deverá vir de armas e bagagens para os países emergentes. Portanto, estes que se cuidem para evitar o superaquecimento de suas economias. E, por favor, clama o FMI, não reduzam muito os juros, para não prejudicar o sistema financeiro e os rendimentos do cassino da especulação.

O fato é que a zona do euro entrou em pânico. A ponto de os governos, sem risco de serem acusados de comunismo, se prepararem para taxar as grandes fortunas. Muitos países se perguntam se não cometeram uma monumental burrada ao abrir mão de suas moedas nacionais para aderir ao euro. Olham com inveja para o Reino Unido e a Suíça, que preservam suas moedas.

A Grécia, endividada até o pescoço, o que fará? Tudo indica que a sua melhor saída será decretar moratória (afetando diretamente bancos alemães e franceses) e pular fora do euro. Quem cair fora do euro terá de abandonar a União Europeia. E, portanto, fi car à margem do atual mercado unificado. Ora, quando os primeiros sintomas dessa deserção aparecerem, vai ser um deus nos acuda: corrida aos saques bancários, quebra de empresas, desemprego crônico, turbas de emigrantes em busca de, sabe Deus onde, um lugar ao sol.

Nos anos de 1980, a Europa decretou a morte do Estado de bem-estar social. Cada um por si e Deus por ninguém. O consumismo desenfreado criou a ilusão de prosperidade perene. Agora a bancarrota obriga governos e bancos a pôr as barbas de molho e repensar o atual modelo econômico mundial, baseado na ingênua e perversa crença da acumulação infinita.

Frei Betto é escritor, autor do romance Minas do ouro (Rocco), entre outros livros.



sábado, 1 de outubro de 2011

Restauração com revolução


Um mundo perdido tentando se achar, acabam vivendo conforme agradar,
pensando fazer revolução à partir de sua disposição.

Revolução faz-se com restauração vivendo em busca de renovação,
voltando ao estado original desprezando todo tipo de mal.

Revolução sim Cristo conseguiu no antes e depois a história dividiu,
revolução é viver em ação levando ao mundo a restauração.

Jesus o maior revolucionário da nossa história foi o próprio marco,
pela restauração tornou-se o mártir mas Deus o pai fê-lo ressurgir.

Miranda