sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Autonomia


Entendemos uma luta pela transformação social, que realizamos desde a auto-organização como setores explorados. A evolução tecnológica dos meios de produção acarretou urna reestruturação do sistema capitalista. Faz-se necessária uma redefinição do conceito de classe social. O trabalhador não é mais o operário de fábrica, característico do século XIX e começos do século XX, nem, tampouco, o operário qualificado ou o operário-massa das grandes indústrias que se desenvolveram até os anos 60. Atualmente, o conceito de classe operária, além de incluir os já tradicionalmente considerados trabalhadores, abrange também os desempregados, os trabalhadores eventuais e os da economia submersa, os trabalhadores imigrantes, os terceirizados e todos aqueles que, mesmo não tendo um vínculo jurídico de dependência com o capitalista, produzem mais-valia.

A organização que tem como finalidade a transformação social deve adequar-se às novas realidades, levando em conta que as velhas organizações dos trabalhadores não mais atendem às expectativas de luta do operário social (denominação da nova definição do proletariado). Uma organização revolucionária tem de considerar, a todo momento, qual é a realidade social em que atua, analisar a estrutura de classes vigente e designar o sujeito da transformação social. Se isto não acontece, a teoria se afasta da prática social, alienando-nos da realidade e nos impedindo de transformá-la.

Organização: Queremos uma autêntica ruptura com o sistema capitalista, lutamos por uma sociedade sem classes, sem hierarquias, que tenha abolido a família patriarcal, por uma convivência livre e respeitosa com a natureza. Para ajustar-se aos objetivos apontados, nossa organização deve ser assembleária, na qual sejam respeitadas todas as posições e se busque o consenso possível. Somos contra os profissionais da política, os líderes, os aspirantes a ditadores do proletariado e outros infalíveis coveiros da revolução social. Combatemos as delegações permanentes, a burocracia e todos os demais mecanismos de representação/alienação do protagonismo dos trabalhadores. O fato de pagar urna quantia periodicamente não é suficiente para o compromisso orgânico, isto é, militante. É preciso assumir responsabilidades. Ser autônomo é ser ativo.

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