domingo, 29 de março de 2009

AS VINHAS DA IRA E A NOSSA REALIDADE

Não iremos nos vender, temos um lado, o da classe trabalhadora!!!

Induzido pelo Scapi, fui saber um pouco mais sobre o filme e...

AS VINHAS DA IRA - FILME

Baseado na obra de John Steinbeck, o filme conta a história de uma família de trabalhadores rurais pobres durante a Grande Depressão (crise) nos Estados Unidos. Buscando oportunidades de uma vida melhor, Joad, O filho mais velho de uma família de trabalhadores rurais pobres retorna para casa após cumprir pena (homicídio involuntário), descobre que sua familia teve suas posses desapropriadas por um banco e todos de seu vilarejo (inclusive sua familia) estão de partida para a Califórnia em busca de uma nova oportunidade de emprego e esperança. Vai com sua família em uma pequena caminhonete, de Oklahoma para a Califórnia, onde dizem ser um lugar com maior prosperidade e oportunidades de trabalho. Durante a viagem eles se deparam com a nova realidade. Imagine um cortejo de 60 mil caminhonetes através da estrada mais famosa dos EUA, transportando cerca de 500 000 pessoas, todas com o mesmo destino, todas pelas mesmas razões. Ao mesmo tempo em que descobrem que o lugar onde estão indo pode ser pior do que o que deixaram para trás. O filme descreve a vida de pessoas comuns que tentam preservar a sua humanidade face ao desespero econômico e social que atinge o país naquele momento de crise.
Um movimento migratório que praticamente assumiu proporções de catástrofe humanitária em condições verdadeiramente cruéis, cujo dramatismo nos é transmitido nesta obra de forma sublime, mas chocante também.

O autor decidiu, portanto, retratar tudo o que observou nessa migração, através da história da família Joad, que nem sequer importa se a encaramos como história de ficção ou não, porque no fundo a história dos Joad é a história de qualquer família americana que viveu aquela situação, que fez parte da realidade Histórica dos EUA na época da Grande Depressão e era, portanto, a realidade pura, pelo que os nomes das personagens poderiam ser quaisquer outros e verdadeiros.
Os Joad eram pequenos lavradores rendeiros em Sallisaw no estado de Oklahoma, que tal como centenas de milhares de outros lavradores na mesma situação, depois de terem recorrido ao crédito bancário em anos sucessivos de culturas deficitárias devido às intempéries, ficaram de tal forma endividados e arruinados que foram forçados pelos bancos ou pelos senhorios a abandonar as suas terras.
Incapazes de lutar contra os bancos e as grandes companhias proprietárias das terras (devido não estarem organizados e cada um pensando somente em sua própria família, sob o artifício do velho liberalismo), todas essas famílias foram assim forçadas a emigrar para a Califórnia em busca de trabalho.
Os Joad, tal como tantas outras dessas famílias na mesma situação, juntaram então as parcas economias que ainda tinham, reuniram a família e carregaram os seus pertences numa pequena e velha caminhonete que haviam adquirido, e partiram através da ROUTE 66 em direção à Califórnia, abandonando com grande desgosto a sua terra e a sua casa.
O título do filme já possui uma imensa simbologia: As vinhas da ira. As vinhas são o verde vale da Califórnia, onde há produção de uva , que representam a fartura, o alimento, o trabalho e o bem-estar que delas deverão resultar. A ira é o sentimento de frustração e dor que os retirantes sentem em relação à falsa Canaã, pois percebem que foram atraídos para uma falsa Terra Prometida, e que a exploração do homem pelo homem continua intensa causando injustiça social, violência moral e física.
O filme retrata a situação do homem diante das dificuldades, a pobreza e a privação em um universo feroz. Fala da luta do homem contra as dificuldades, contra as adversidades e a esperança que este homem possui mostrando a sua força e capacidade de lutar e de resistir.
As Vinhas da Ira mostra como ocorreu o processo de proletarização ou a condição de proletariedade dos pequenos agricultores americanos, isto é, o processo social pelo qual os indivíduos de camadas superiores perderam seu status social tornando-se proletários. “A matriarca da família embora enfrente situações humilhantes é uma mãe batalhadora, de personalidade forte e com uma dignidade infinita”. As frases finais desta mãe são repletas de força e de lirismo: "A gente rica vem e morre. E seus filhos não prestam. Também acabam morrendo. Mas nós continuamos. Nós somos o povo que vive. Eles não podem nos vencer. Continuaremos para sempre, porque nós somos o povo", representa o confronto entre indivíduo e sociedade, através da epopéia da família Joad, expulsa pela seca dos campos de algodão de Oklahoma para tentar a sobrevivência como bóias-frias nas plantações de frutas do Vale de Salinas, na Califórnia.
Portanto, é um filme clássico e atemporal e se mudarmos a história de cenário perceberemos que a situação pela qual os personagens passam continua acontecendo com milhares de pessoas até hoje.
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Agora estamos vivendo em mais um momento dessa crise do capital que é cíclica e periódica, onde o capital se arma novamente em sua saída e irá colocar na conta da classe trabalhadora, pois é o que temos visto, o debate entre representantes da classe trabalhadora que na sua maioria já se renderam e seguindo de mãos dadas com a classe dominante vão inflamando a despolitizada classe com os seus pseudos discursos e conclamando-os ao consenso e a unidade para buscar soluções para os problemas da crise. E diga-se de passagem que a solução como já temos observado são: demissões, rebaixamento de salários, retirada de benefícios e tudo sem atritos.

Daí numa manifestão que se propõem a fazer querem sair da frente da FIESP e seguir em passeata da Av. Paulista até o Centro (Bolsa de Valores).

O que a CUT chama de mobilização pelo desenvolvimento? Querem protestar contra juros altos, como se fosse o problema? O pior é que muitos que se dizem de esquerda estão indo (nessa furada) só para sair na foto.

Veja essa vergonha em seus próprios sites :
http://www.fsindical.org.br/fs/index2.php?option=com_content&do_pdf=1&id=4528; http://www.conlutas.org.br/exibedocs.asp?tipodoc=noticia&id=2750

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DIANTE DOS COMENTÁRIOS DO FILME OBSERVEM AGORA O QUE ESTÁ EM CENA!

ENQUANTO ACONTECE O TAL SEMINÁRIO “O ABC DO DIALOGO E DO DESENVOLVIMENTO” AS EMPRESAS DEMITEM!!!

A Carta do ABC, 12 de março de 2009.

Nos dias 11 e 12 de março de 2009 em São Bernardo do Campo, o Seminário “O ABC do Diálogo e do Desenvolvimento” reuniu representantes dos trabalhadores, dos empresários e do poder público da região com os Governos Federal e Estadual e as principais Associações Patronais Nacionais com vistas a debater medidas de enfrentamento aos efeitos da crise econômica mundial, no Brasil e na região.
A partir das discussões ocorridas no primeiro dia do seminário, foram formados Grupos de Trabalho para debater os seguintes temas: crédito para a região, acesso a mercados e potencialidades, tributos, enfrentamento ao desemprego no ABC e relações de trabalho e trabalho decente.
Todos os consensos resultantes das discussões realizadas nos grupos de trabalho ou mesmo outros tópicos que merecem um período mais prolongado de debate comporão material de trabalho para a reinstalação imediata da Câmara Regional do Grande ABC, que será o fórum de articulação para a consolidação e implementação das propostas anexas a essa carta.
Uma vez restabelecida a Câmara Regional do Grande ABC, cabe aos atores da região cumprir seu papel histórico de romper os atuais paradigmas que têm posto à margem do desenvolvimento alguns setores econômicos, trabalhadores e empresas na região.
A crise uniu as diversas entidades regionais na busca de soluções para os problemas enfrentados nesse momento pelo Grande ABC. O sucesso de nossas ações permitirá que saiamos desta crise mais fortes e unidos do que quando entramos. O Grande ABC afirma que a crise será superada com a valorização da negociação, do trabalho, da produção, das pessoas e da cidadania, tendo como valores fundamentais a pluralidade, o respeito à pessoa humana e a democracia. http://juventudesolidaria.blogspot.com/2009/03/carta-do-abc-fecha-seminario-anticrise.html

Veja você mesmo no site: http://www.smabc.org.br/portal/mostra_materia.asp?id=12973


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