quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

O RIO

O RIO


Lá no alto ao despontar, sou um filete alvo e cristalino,
Bem pequeno, sou frágil, mas tenho que seguir meu destino

Vou descendo a serra, vou regando a terra, dando vida a plantação, nesse caminho a plantação agradece, suas raízes humedecem, melhor ficou o sertão

Agora já não sou o mesmo filete frágil, aumentei nas corredeiras, tenho até cachoeiras, levo até embarcações, transporto vidas e o próprio sustento que ajudei a cultivar

Mas, como se não bastasse descer serras, cruzar matas, levar cargas e ser caminho, chego em lugares longínquos espremido por enormes muralhas de concreto, que destino!

Eu que trouxe vida, reguei e alimentei; transportei trouxe e levei, agora já não se lembram mais de todos os benefícios que lhes dei
Já não sou o mesmo filete, sou então um ribeirão, e não transporto só vidas, estão me transformando em lixão, já não vale mais a pena ser um ribeirão

Minhas águas que eram doces e cristalinas, que encheu de vida o sertão, agora recebe dejetos, chamam-me esgoto a céu aberto, só carrego podridão

As vezes me revolto, inundo, expludo tudo, até os canais de concreto, penso que ganhei a batalha, mas o que percebo é que estou perdendo a guerra

Ah! Se eu pudesse contar com você, reúna seu grupo, seus amigos, vamos lá é urgente! Não vês que corro perigo! Se eu morro como irás viver?

Estou indo pro coma! Sou aquele que já foi o bom e velho RIO!


COMO NÃO PRESERVAR AS FONTES DE VIDA, COMO NÃO DAR VALOR AO QUE SOMOS TÃOS DEPENDENTES!


SOMENTE SE DAR VALOR DEPOIS QUE TUDO ESTÁ PERDIDO!


VAMOS PRESERVAR, ISSO SIM É AMAR!!!

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